

Depois de um longo dia de forúm social mundial não podia deixar de repassar boa e importantes imformações que venho recebendo neste evento estou aproveitando ao maximo e espero que meus leitores possam se sentir presentes neste evento atrávez deste post.
Na Amazônia a transformação da região tem se limitado, na maioria das vezes, a derrubada da mata, queima e plantio, geralmente não levando em consideração as encostas e cursos d'água. Esse padrão pioneiro, que se propagou rapidamente, trouxe consigo alguns problemas ambientais, tais como: desconsideração do ciclo de nutrientes, perda das características físicas das bacias hidrográficas, da topografia e da cobertura vegetal, mudanças no ciclo hidrológico que após o uso irracional de tais ecossistemas, provocam uma erosão laminar acelerada devido a não adoção de práticas conservacionístas. A melhoria no desenvolvimento sócio-econômico da Amazônia, dentre outras, é atender principalmente ao suprimento de energia elétrica de pequenas comunidades com vista a incentivar novos projetos visando o desenvolvimento sustentável. Assim, há necessidade do conhecimento dos fatores e características que interferem nos distintos ecossistemas ser indispensável, exigindo estudos em menor nível de abstração necessários a complementação dos dados disponíveis, exigindo das pessoas envolvidas, um grande esforço no desenvolvimento de metodologias capazes de fornecer a distribuição espacial das diversas Bacias Hidrográficas da Amazônia, bem como a caracterização dos distintos ecossistemas ( cobertura vegetal, solo, etc.), em função de suas potencialidades e ou limitações afim de evitar seu uso irracional e conseqüente degradação. O grupo de trabalho tem como objetivo, avaliar de forma quantitativa e qualitativa as potencialidades das diferentes características hidrológicas e fisiográficas de bacias da região Amazônica, para estudo da implantação de pequenas centrais hidrelétricas, uso múltiplo de reservatórios, modelagem hidrológica de sistemas hídricos, com a finalidade de estabelecer e subsidiar o processo decisório do planejamento sustentável e gestão de seus recursos naturais, minimizando os impactos ambientais e o dimensionamento da evolução sócio-econômico da região.

As usinas hidrelétricas do Rio Madeira e de Belo Monte se transformaram em ícones da busca por energia na Amazônia a qualquer custo. Segundo Glenn Switkes, da International Rivers Network (IRN), a aprovação do licenciamento ambiental dessas duas usinas significaria que para o país "a energia é mais importante do que qualquer coisa e que nenhum projeto seria inviável".
"As usinas do rio Madeira trazem um padrão de projeto com grandes impactos ambientais, e o de Belo Monte, um padrão de alto impacto em terras indígenas. Se eles forem aprovados, significa que toda degradação pode ser oficializada" defende.
Na última semana duas novas usinas hidrelétricas na região (Barra da Palma, no Tocantins, e Teles Pires, entre Mato Grosso e Pará) deram entrada no processo de licenciamento ambiental junto ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Além destes projetos, nove empreendimentos de grande porteestão em processo de licenciamento junto ao órgão.
Esses dados, segundo Glenn Switkes, são preocupantes na medida em que o Ibama tem concedido licenças a partir da negociação de medidas mitigatórias que não necessariamente reduzem os impactos. "95% dos impactos causados por uma hidrelétrica são negativos, e as medidas compensatórias não são para diminuí-los, o que oficializa e legaliza a degradação" explica Switkes da IRN.
A preocupação das entidades de proteção e defesa do meio ambiente e das comunidades tradicionais presentes na região se justifica também pela idéia amplamente disseminada de que a Amazônia guarda o maior potencial hidrelétrico do país - independente dos males que essa exploração possa causar. "Nos próximos vinte anos, estima-s que cerca de 60 grandes hidrelétricas devem se instalar na Amazônia, com um potencial de geração entre 60 e 70 mil megawatts. Nesses termos, o Ibama se eximiria da responsabilidade sobre os impactos causados por esses empreendimentos justamente por ter pedido 'medidas compensatórias' durante o processo de licenciamento" explica.

Os impactos sócio-ambientais - Praticamente todos os elementos da natureza e a própria natureza se transformaram em “recursos”, ou melhor, mercadorias. A água, elemento vital, é denominada “recurso” hídrico. A escassez da água faz com que se procurem formas de “administrá-la” com o “gerenciamento de recursos hídricos”, de “gestão de bacias hidrográficas”, criando-se órgãos administrativos como os comitês de bacias hidrográficas que tentam “organizar” a captação, a distribuição, o uso da água.
Mas as bacias hidrográficas integram a paisagem e não podem ser isoladas sem considerar a localização, características do relevo, de clima, de drenagem, de ocupação sócio-espacial, das atividades econômicas das áreas onde se inserem. Também não é possível considerar que a dinâmica das bacias hidrográficas possa ser definida nos limites administrativos (município, estado, país). Basta lembrar que a bacia amazônica drena mais de um país e que a do São Francisco banha mais de um estado brasileiro.
Além disso, os comitês de bacias hidrográficas não dispõem de instrumentos para analisar ou intervir no processo de ocupação do território. Ocorrem centenas de intervenções pontuais do poder público, da iniciativa privada, desarticuladas entre si e dos comitês. Também não estão integradas com propostas gerais do chamado planejamento sócio-ambiental.
As alterações do regime hídrico devem ser, assim, objeto de compreensão e análise da complexidade e não apenas “imaginar” a água como um recurso isolado. As mudanças de cursos de rios, de captação de águas, têm sido relacionadas apenas à questão do abastecimento e não à complexidade do significado que envolve uma área drenada por um rio e seus afluentes.
Os “recursos hídricos” são problemáticos em todas as bacias hidrográficas, pois o recurso água é rapidamente exaurido por empreendimentos que comprometem sua qualidade e quantidade com soterramento de nascentes, derrubada de matas galerias, impermeabilização do solo, alteração do escoamento das águas pluviais.
Indiretamente como produto do processo de industrialização e urbanização, altera-se a quantidade e qualidade de água disponível. Escondem-se os rios (canalização), ocupam-se várzeas, esgotos são despejados sem tratamento, sedimentos são carreados pelas chuvas provocando o assoreamento de rios, córregos, represas. As ilhas de calor (micro-clima) interferem na precipitação e, portanto, na quantidade de água das chuvas que abastecem os mananciais hídricos. Na metrópole paulista está ocorrendo deslocamento das chuvas de convecção (verão) das áreas de mananciais para as áreas centrais, dada a maior temperatura dessas áreas. A mudança climática global interfere no clima, na pluviometria mundial. Altera-se, em conseqüência, a dinâmica da circulação das águas superficiais e as possibilidades de uso, tornando-a mais escassa e cara.
Diretamente há inúmeros exemplos de interferência na problemática das águas com alteração de cursos de rios, como o do Rio Pinheiros que teve seu curso revertido para gerar energia elétrica, retificação de rios meândricos, transferência de águas de uma bacia para outra, tornando-a “furada”, com água captada para outra área alterando a dinâmica natural
